O Morto que Morreu de Rir

morto_gEdição do autor, 1969texto_completo4
Capa: Antonio Benetazzo
IMPRENSAA primeira vez que Prata saiu na imprensa

Mario Alberto Prata estreia, com alguns erros de ortografia mas com um transbordante talento natural, na literatura. Uma literatura que ao mesmo tempo começa já num nível de fluência extraordinária e peca por ser ainda um rascunho do que ele pode fazer. Tataraneto da obscenidade divertida e da fixação em defecação de Rabelais, é primo distante de Stanislaw Ponte Preta na “gozação” dos tabus sacrossantos da burguesia beata. Cria personagens com a facilidade de um escritor experimentado. Tem como armas fundamentais a originalidade, a imaginação, a graça iconoclasta. Como defeitos: a pressa, o inacabado de seu estilo. Com afinco, poderá ser mais do que uma mera “promessa literária” neste Brasil atualmente necessitado de Urubupungás de talento.

Mario Alberto Prata, se quiser, poderá ter um grande sucesso como autor vivo, inquieto, inteligente, que ironiza até a si mesmo, sempre com muitos kws. de um talento bruto imenso, que só lhe falta represar para tirar partido integral de sua avassaladora facilidade de contar coisas.

Leo Gilson Ribeiro
Jornal da Tarde / Revista Veja
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